sexta-feira, 18 de março de 2011

O DIA DA PUNÇÃO

To aqui grogue grogue, mas firme. Achei que anestesia me derrubou hj! hahaha Meu marido disse que falei muiiiiita besteira!

Mas a punção foi tranquila e rápida, graças a Deus.

Cheguei à Maternidade Curitiba às 7:30 e fui para aquela sala da ecografia às 8:30. Aí chegou uma enfermeira, um anestesista e um assistente. Fica toda uma equipe lá dentro com oxigênio e controles de pulsação. Além deles, o Beck e a esposa, a Elisângela (bióloga), e a Ligia, aquela moça da recepção que ajuda lá dentro.

Foi uns 40 minutos, mas a demora maior é a recuperação da anestesia. Enquanto eu me recuperava da anestesia, o Fábio foi para o laboratório que é ali perto da lanchonete e lá tinha uma salinha com revistinhas animadoras!!! Ele fez a coleta ali e depois foi para o quarto me esperar. Aí as enfermeiras me levaram. Fiquei no quarto até meio dia. O Beck foi lá falar sobre tudo.... ele me disse que conseguiu aspirar os óvulos 10 minutinhos antes de eu ovular!!! Esse é um fator crítico, pois parece que se eu ovulasse o ciclo seria perdido. Por isso, o ovidrel 36 horas antes da punção tem que ser tomado certinho. Depois a bióloga foi no quarto e disse que, de tudo que foi aspirado tem 10 folículos de tamanhos muiiito bons.

Hoje à tarde ela começou a "criar" nossos filhotes. Ela vai ligando para passar informações.

Quanto à recuperação de hoje ==> Já fiz 4 cirurgias com anestesia geral, mas hoje fiquei bem mal.... uma fome, porque estava em jejum, cólicas de gases horríveis!

Medicação==> Comecei novos medicamentos:
AAS ==> Todos os dias (1 comp.)
Utrogestan ==> é progesterona. Vou tomar 1 comp. por dia via oral (esse também pode ser usado via vaginal, mas o Beck pediu para ser oral)
Damater ==> Polivitaminíco. Esse parece ser bom.... é cheio de componentes vitamínicos.
Ácido Fólico ==> Eu já tomava há mais de 1 ano.
Tylenol ==> Caso eu sinta dor nos ovários. Eles estavam super grandes por causa dos folículos e estou sentindo dores e retenção de líquidos por causa da retirada das bolinhas!
Crinone ==> gel vaginal de progesterona para ser usado a partir da transferência. Esse é caro R$ 395,00 e eu já havia comprado na DrogaRápida. Os outros acima compra-se em farmácias comuns.

É isso. Agora à noite fui dar uma caminhada aqui no parkshopping pois estava muito grogue e fui ali me animar um pouquinho e caminhar. Voltei mais animada e com menos sonolência. Li a bula do tal utrogestan e parece que ele vai me dar muito sono e fadiga. Se for assim, vou ver com o Beck se dá para ser via vaginal.

domingo, 13 de março de 2011

Primeira US após Indução.

Levantei cedo, tomei meu banho e corri para a Maternidade Curitiba mesmo sem tomar café - lá tem uma lanchonete com um pão de queijo bem bom!

Cheguei lá correndo para ser a primeira da fila, mas já tinham duas outras mulheres por lá. Ao menos eram só duas. Porque se tivesse de esperar novamente 3 horas por uma eco, eu desistiria!!!

Recapitulando, estava induzindo a ovulação desde o dia 5/3 e ontem, dia 10/3 tomei as últimas doses de minha tabela.

Hoje fiz minha primeira ultrassonografia e fiquei feliz com a reação da médica especializada em eco. Na visualização, 16 folículos de vários tamanhos. Meus ovários parecem cachos de uva.

Levei o exame ao médico, na sala ao lado. Ele estava em cirurgia, mas tive a oportunidade de conhecer a bióloga que vai "criar" os embriões! Um amor! E não tem cara de cientista maluca.

Ela levou o resultado do meu exame lá na sala de cirurgia onde meu médico estava se preparando para operar e depois de alguns minutos voltou com uma notícia que eu não esperava: mais 3 dias de medicação para os folículos crescerem e segunda-feira, uma nova US.

Então, o resultado foi:

Ovário Direito:
F1= 14,6                     F2 = 14,4                 F3 = 12,3                F4 = 11,4
F5 = 10,4                    F6 = 8                      F7 = 6,9                  F8 = 6,3 mm

Ovário Esquerdo:
F1= 15                        F2 = 10,5                  F3 = 9,3                 F4 = 8,9
F5 = 7,9                      F6 = 7,8                    F7 = 7,8                 F8 = 7,3 mm

Vou precisar de mais uma caneta de Gonal 300 e mais 3 Menopur 75. Mais R$ 1.155,00 de medicação.

Custos a mais e não calculados, mas vamos lá. A peteca não pode cair.

Essa sou eu me preparando para mais duas picadinhas.

Esperança e positividade!!!

terça-feira, 8 de março de 2011

Quaresma 2011 - Sem doces e sem Compras pessoais

Eu acho que em toda a minha vida cristã, nunca "fiz" a quaresma.

E se devemos pedir mas também retribuir, fazendo alguma concessão importante esse ano guardarei a Quaresma sem doces e sem compras.

Essas são duas coisas que costumo fazer diariamente. Com doces, minha história é grande. Tenho mãe e tias diabéticas, além do meu avô que também era. Como doce todo dia, mais de uma vez por dia. Minha glicose normalmente é 100, às vezes, 108.

Quanto às compras, devo dizer que não sou nenhuma maníaca descontrolada. Mas compro mesmo sem precisar. Compro na farmácia, no supermercado, na banca de revista. Compro quando aparece a oportunidade. E trabalho sem shopping 3 vezes por semana, lugar onde o que não faltam são oportunidades.

Sendo assim, a partir do dia 9/3/2011 e até o Domingo de Páscoa não como doces e nem faço compras. Sei que a quaresma termina na quinta-feira santa, mas esse ano vou até a Páscoa.

segunda-feira, 7 de março de 2011

A compra dos medicamentos para Indução

Medicamentos para estimulação ovariana não são comprados em farmácias comuns. Eles são comercializados por distribuidoras especializadas que possuem estrutura para manter os remmédios sob refrigeração.

Além da restrição de locais de compra existe o fator Custo $. Os medicamentos são muito caros.



Em Curitiba, adquirimos a medicação na Droga Rápida.

Curitiba - PR Fone: 41 3016-1626
Av. Pres. Affonso Camargo, 633 Sala 11




Como falei em outra postagem o custo dos medicamentos é altíssimo e a minha prescrição incluía:

  • 3 canetas de Gonal 300 UI        R$ 720,00 cada caneta



  • 6 ampolas de Menopur 75 UI         R$ 85,01 cada caixa com 1 amp.




Ainda precisarei de dois outros medicamentos, chamados, Ovidrel e Crinone.

Início do Potocolo Longo para FIV

No dia 18/2/2011, quando levamos os primeiros exames ao Dr. Beck, eu estava no 22º dia do meu ciclo menstrual. Quando informamos a ele sobre nossa decisão de iniciar o tratamento eles nos explicou sobre o Protocolo Longo para a Fertilização in Vitro.

O processo de FIV convencional consiste de quatro etapas distintas:

1- Estimulação ovariana;
2- Aspiração folicular;
3- O processo de FIV em laboratório;
4- Transferência de embriões para a cavidade uterina.

Ocorre que antes da estimulação ovariana, opta-se pelo uso de um medicamento que faz um bloqueio hipofisário. Por isso, o Dr. Beck receitou o Lectrum 3,75 mg, que tomei no 22º do ciclo menstrual, ou seja, 18/2/2011.



Após o bloqueio com o Lectrum esperei um novo ciclo e, no dia que desceu a menstruação, 2/3/2011 fiz um exame de sangue para dosagem do beta estradiol. O resultado desse exame levou 24 horas e deu 38,1 pg/mL.

Esqueci de comentar que com o uso do Lectrum a menstruação atrasou um pouco e não desceu no 28º do ciclo.

Assim que saiu esse resultado do estradiol entrei em contato com o médico que me encaixou numa consulta no dia 4/3/2011. Ele explicou que a taxa estava alta e que só iniciaria a indução se tivesse certeza que o lectrum tinha agido no meu organismo. Para tirar essa dúvida, fiz uma ecografia, que não revelou folículos em nenhum dos ovários.

Ocorre que um resultado de Beta Estradiol leva em média 24 h para ficar pronto. Portanto no dia da consulta o resultado do estradiol já devia ser bem menor, o que ficou comprovado pela eco e pela ausência de folículos.

Esse foi o sinal positivo para o início da estimulação ovariana.

O Dr. Beck então montou uma tabela para uso da medicação e pediu-me que eu a iniciasse no dia seguinte 5/3/2011, conforme instrução abaixo.

sábado, 5 de março de 2011

FIV - Em média, R$ 13.000,00

Em 18/2/2011, levamos os resultados dos exames ao Dr. Ricardo.

Cada folha de exame que ele lia dava nota 10. Senti que estava em um desfile de escola de samba: Dímero, nota 10, Rubéola, nota 10, Toxoplasmose, nota 10!

Aí veio aquela pergunta: "Está tudo muito bem contigo, quando vocês pretendem começar o tratamento???"

Por 1 segundo pensei nos valores, até ouvir meu marido ao lado dizer "Começamos já!"

O custo desses tratamentos é altíssimo e fora o custo tem o fator psicológico gerado pelas baixas taxas de sucesso: cerca de 40%.

Um site americano mostra relatórios anuais ==> CDC - The Fertility Clinic Success Rate

Abaixo, o "orçamento" e some-se aos valores listados nessa folha mais R$ 3.000,00 de medicação.

FIV - Fertilização in Vitro

Ao final de 2010 retornamos ao andrologista e após novo espermograma sem melhorias perguntamos qual seria o próximo passo. O Lorenzini disse que, por ele, esperaríamos mais um pouco, mas observando nosso desgaste emociona, indicou-nos um especialista em reprodução humana.

Saímos em férias por poucos dias e em Janeiro de 2011 consultamos o médico Ricardo Teodoro Beck, do Centro de Reprodução Humana Curitiba.

Na consulta, o especialista nos explicou que o fator "baixa produção de espermatozóides" não era um problema para a Reprodução Humana Assistida, porque independente de inseminação artificial ou fertilização in vitro, os processos são monitorados pelo médico. Foi assim que ele tratou o assunto, dando 2 escolhas:

1- continuar o tratamento com o andrologista e esperar ocorrer naturalmente sem se preocupar com tempo e nem idade;
2- aproveitar meus 29 anos e partir para uma FIV.
Saí de lá com mais de 10 folhas de requisições para exames. E fiz todos eles numa alegria que não cabia em mim.

RESULTADOS:

- Ultrassonografia com Visualização em 3D: útero, ovários, etc = tudo ok!

- CULTURA PARA MICOPLASMA E UREAPLASMA = Não houve desenvolvimento de Mycoplasma hominis e Ureaplasma urealyticum.

- CULTURA MICROBIANA = Não houve desenvolvimento de bactérias patogênicas

- BACTERIOSCOPIA
Células epiteliais: +++
Leucócitos polimorfonucleares: ++
Cocos Gram positivos: +
Leveduras: 0
Bacilos Gram negativos: 0
Compatíveis c/Gardnerella vaginalis: 0
Compatíveis c/ Mobiluncus sp: 0
Bacilos Gram positivos: 0
Compatíveis c/ Bac. de Doderlein: +++
Diplococos Gram negativos: 0

- PESQUISA DE CHLAMYDIA TRACHOMATIS = Negativo

- PESQUISA DE ANTICOAGULANTE LÚPICO = Ausência de Anticoagulante Lúpico

- HEPATITE B (ANTI-HBsAg) = Inferior a 2
- HEPATITE B (ANTI-HBc IgM) = Não Reagente
- HEPATITE B (HBsAg) = Não Reagente

- ANTI-CARDIOLIPINA IgG = 2 GPL U/mL
- ANTI-CARDIOLIPINA IgM = Inferior a 1

- RUBÉOLA IgG = 123,0 UI/mL
- RUBÉOLA IgM = 0,2 Index

- CITOMEGALOVÍRUS IgM = 8,0 UA/mL
- CITOMEGALOVIRUS IgG = 114,3 U/mL

- PROTEÍNA "C" REATIVA (ULTRA-SENSÍVEL) = 0,81 mg/L

- TOXOPLASMOSE IgM = 0,2 Index
- TOXOPLASMOSE IgG = 277,1 UI/mL

- ANTI-CHLAMYDIA IgG = 1/ 40
- ANTI-CHLAMYDIA IgM = Não reagente

- PROGESTERONA = 12,4 ng/mL

- PROLACTINA = 22,75 ng/mL

- T3 TOTAL = 115 ng/dL
- T4 LIVRE = 1,07 ng/dL
- HORMÔNIO TIRO-ESTIMULANTE (TSH) = 2,28 UI/mL

- ANTI HTLV 1 + HTLV 2 = Não Reagente

- LISTÉRIA
LISTÉRIA TIPO 1:H: Nao reagente
LISTÉRIA TIPO 1:O: 1/ 40
LISTÉRIA TIPO 4B:H: Nao Reagente
LISTÉRIA TIPO 4B:O: 1/ 80

- FATOR ANTI-NUCLEAR (FAN)
Núcleo: Não Reagente
Nucleolo: Não Reagente
Citoplasma: Não Reagente
Aparelho Mitótico: Não Reagente
Placa Metafásica Cromossômica: Não Reagente

Exames realizados no terceiro dia do ciclo mesntrual
- DÍMERO-D = 258,73 ng/mL FEU
- HORMÔNIO FOLÍCULO ESTIMULANTE (FSH) = 4,8 mUI/mL
- HORMÔNIO LUTEINIZANTE (LH) = 4,2 mUI/mL
- 17-BETA ESTRADIOL = 48,5 pg/mL
- CA 125 = 48,1 U/mL

Planejamentos nem sempre dão certo!

O médico havia me dito que é normal não engravidar logo depois de parar de tomar a pílula. Disse-me que poderia levar de seis meses a um ano até o corpo estabilizar, mas que a resposta era diferente em cada organismo e que eu não poderia usar outras pessoas como referência.

Mas, em dezembro de 2009 decidimos que o Fábio também passaria por exames. Afinal, desde criança que ele não visitava um médico e aproveitamos o novo plano de saúde para consultar alguns profissionais, entre eles, um cardiologista e o urologista.

Com o coração tudo certo. O maridão passaria facilmente pelas emoções de ser pai! Já no urologista recebemos uma notícia que em nenhum momento da minha vida pensei em receber. Entre os exames realizados, o espermograma não teve um bom resultado. Para a idade do Fábio, 29 anos, não era normal aquela quantidade reduzida de espermatozóides, ou melhor, de sptz.

Nosso sonho ficou um pouco mais distante, pois haveria a necessidade de um tratamento com vitaminas. Tiramos férias com a certeza que tudo isso poderia ser um pouco do stress e ansiedade e que os dias de folga nos fariam bem. Contávamos muito com uma boa surpresa na volta das férias, como uma gravidez inESPERADA.

Mas nada aconteceu e voltamos ao urologista para verificar o resultado de um novo espermograma. Nenhuma melhoria.

Foi então que o médico nos indicou o especialista em andrologia. Não tínhamos ouvido falar nesse médico até então e lendo a respeito descobrimos que se uma mulher tem o ginecologista, o homem tem o andrologista.

Fomos consultar o médico Fernando Lorenzini, uma sumidade no assunto, especializado em infertilidade masculina e disfunção erétil e professor da UFPR. O Lorenzini nos explicou que quando jovem as concentrações sanguíneas do hormônio masculino são maiores que na velhice e que esses hormônios estimulam a atividade sexual.

Viu os exames e pediu outros, como Cariótipo sanguíneo e microdeleção de Y que revelaram normalidade.

Mas foi no consultório do Lorenzini que a ficha caiu! O Fábio realizou um novo espermograma e fomos convidados a visualizar no microscópio a amostra. Indagada sobre o que eu via na lente, o médico informou que ali eram para ter milhares de sptz nadando em todas as direções. E eu, ali vidrada na telinha, vi apenas 3.

Percebi naquele momento que os anos que passei construindo um sonho foram desconstruídos ali mesmo na lente de um microscópio.

Decidimos que a família bem podia aumentar...

Em 2009, já estávamos com as contas em dia, empregos estabilizados e após algumas conversas sobre aumentar a família decidimos parar com métodos anticoncepcionais.

Eu, que tomava pílula desde a minha primeira relação fui ao médico, fiz todos os exames e em maio de 2009 estava "liberada" para treinar.

A vida ficou engraçada e os dias passaram a ser contados entre férteis e não férteis. Muitas mulheres devem ter histórias parecidas sobre esse período que realmente é especial! Das ligações em horário de
trabalho para fazer aquele clima às noites de muito amor, pernas pra cima, travesseiros sob o quadril e vááárias outras receitas para alcançar o tão sonhado objetivo de engravidar.

O meu Fabão

Hoje eu posso dizer que nem sempre nosso maior amor é o mesmo daquela paixão arrebatadora.

Com o Fabão, foi aos poucos. Mineiro, sozinho em Curitiba, sem grandes histórias de amor anteriores, sem muitos amigos na cidade, sem vícios futebolísticos, inteligente, engenheiro, empregado, simpático, com uma fala mansa que todo mineiro tem.

Fui conquistada, de fato. Com ele eu me sinto a pessoa mais feliz do mundo. Começamos a namorar um mês depois que nos conhecermos e fazemos aniversário a cada copa do mundo, com ou sem vitórias do Brasil!

Em março de 2007 fomos morar juntos. Na mesma época, meus pais voltaram para Natal - RN, após 12 anos vivendo em Curitiba. Eu, que já era Curitibana por formação e ainda tinha o meu Fabão, fiquei.

Alugamos um pequeno apartamento no Champagnat e lá começamos de vez nossa linda história de vida. Nessa época havia ficado desempregada da empresa onde trabalhei por 6 anos e tudo foi bem difícil. Sem emprego, sem a família perto, o Fabão foi o meu porto seguro e foi na dificuldade que o nosso amor cresceu.

Nós vivemos um para o outro desde o início, com respeito, cumplicidade e muita união.

Constituímos uma família de dois. Em maio de 2008 realizamos o sonho de adquirir um apartamento próprio em um bairro próximo e nos realizamos como proprietários, decorando cada espaço e pagando todos os carnês das prestações dos móveis!

Nessa mesma época fomos ao cartório e oficializamos nossa União Estável, concluindo assim um primeiro ciclo.

Amor de Copa do Mundo

No dia que eu vi pela primeira vez o meu Fabão, a seleção Brasileira tinha perdido o jogo da Copa do Mundo de 2006 para a França, nas quartas de final.

Era sábado, dia 1/7/2006 e eu havia decidido animar um pouco uma amiga que há pouco mais de um mês tinha ficado viúva - aos 30 anos. Fomos a uma badalada casa noturna da cidade e antes da meia noite percebi a chegada de um grupo de amigos e entre eles estava um rapaz alto, meio careca, meio gordinho, meio interessante.

Obviamente que naquele dia tão triste para toda a nação brasileira a balada não renderia boa coisa, visto que o povo tinha bebido o dia todo, para esquecer a vergonha! Afinal éramos pentacampeões mundiais.

Depois de uma meia hora percebi que aquele rapaz meio interessante não estava mais entre os amigos, mas vi também que a minha amiga estava de conversa com um dos rapazes da turma. Eles ficaram e a minha noite terminou no zero a zero.

Durante a semana seguinte, minha amiga de trabalho já bem mais animadinha conversou bastante com seu novo affair e também o questionou sobre o rapaz que havia ido embora antes dele naquela noite do dia primeiro.

Por sorte, eram primos e dividiam apartamento em Curitiba. Combinamos uma cerveja numa quinta-feira após o nosso treino de boxe. Fomos ao encontro dos meninos e quando cheguei lá fui apresentada ao homem que viria a ser meu marido e meu grande amor.

Amores

Antes de casar namorei duas vezes. O meu primeiro namorado, com que fiquei por três anos, era divertido, alto astral, fazia parte de uma família linda e acolhedora. O namoro durou o que tinha que durar, acabou sem grandes mágoas e naturalmente. Daqueles relacionamentos que acabam porque esgotou o prazo. Somos amigos, mas nos falamos pouco. Entre meu namoro com ele e outro namoro ainda nos vimos, saímos. Apesar de ter sido meu primeiro namorado não foi meu primeiro amor.

Meu primeiro amor foi um amigo de rua, ainda em Natal. Foi em quem eu dei meu primeiro beijo, o primeiro de verdade e pra valer. Foi com quem tive minha primeira grande noite de amor.

O segundo namorado era bem mais novo que eu. Namoramos por alguns meses, menos de seis. Poucas lembranças, sejam elas boas ou ruins.

Tive ainda muitos outros relacionamentos. Vários deles se tornaram grandes amigos. Sempre tive uma facilidade muito grande de me desvencilhar de amores mal resolvidos. Não me permitia sofrer por amor. Tinha uma defesa especial para "levantar, sacudir a poeira e dar a volta por cima". E fiz isso nas várias vezes que precisei.

O terceiro namorado veio a se tornar meu marido. Como os dois anteriores o conheci numa balada. Ou melhor, o vi pela primeira vez lá.

O que eu quero ser quando crescer!

Não lembro de ter sido questionada quanto a essa pergunta. As entrevistas vocacionais que fiz no ensino médio sempre me direcionaram para comunicação. Quando ingressei na UFPR no curso de Letras, tudo era tão novidade que não fazia diferença naquele momento o motivo pelo qual cursava Letras.

Durante o curso percebi que definitivamente não queria lecionar língua portuguesa. Sempre gostei de escrever, talvez lecionasse técnicas de redação. Mas as aulas de lingüística me deixavam louca!!! Aquelas análises sintáticas daquelas frases quilométricas, não dão saudades nenhuma.

Mas tenho imensas saudades das fugidas da sala de aula, com as amigas e os amigos, das primeiras taças de vinho no Café Mafalda, do ambiente Cult da UFPR, das noites frias de inverno tomando café pingado na cantina da Reitoria. E da paixão platônica por um certo amigo de faculdade que também era paixão de todas as minhas amigas.

E por falar em amigas, foi na UFPR que conheci duas grandes pessoas: A Helen e a Annalice. Com quem dividi grandes experiências.

Adolescência - Rito de Passagem - 1995

Em 1995, a empresa que meu pai trabalhava o transferiu de cidade. De repente me vi sem amigos, sem minhas primas e primos, sem minhas tias e tios, sem meus avós, sem os colegas de rua, sem os da escola.

Aos 13 anos, a mais de 3 mil Km de distância da minha cidade Natal estávamos eu, meus irmãos e meus pais na fria Curitiba.

A cidade era encantadora, mas os primeiros meses desesperadores. Meus pais não nos deixavam colocar o nariz para fora de casa. A ida e vinda do colégio era supervisionada pela minha mãe. Nós fomos morar em um bairro bem distante do centro da cidade, onde eu estudava.

O segundo grau era especial e totalmente voltado para o vestibular que ocorreria dali a 3 anos. Nesse período, entre 13 e 16 anos, a minha história não foi nada emocionante. As amizades que fiz se diluíram no tempo. Aos 16 anos terminei o ensino médio e fiz meu primeiro vestibular. Não estava preparada e não passei. Em 1998, fiz cursinho no mesmo colégio e ao final do ano passei em duas Universidades: Relações Públicas na UNESP e Letras - Português na UFPR.


Não ter ido cursar UNESP foi uma das primeiras grandes decepções da minha vida. Muito mais que não ter passado no primeiro vestibular, maior que ter vindo transferida com meus pais para uma cidade distante e estranha.

Infinitamente menor que querer ser mãe e não poder.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

A escola

Nunca fui da turma das crianças burrinhas. Também nunca estive na ala dos Einstein!

Sempre fiquei em cima do muro. Raras foram as vezes que passei por média, mas nunca perdi um ano. Sempre dava um jeito de me virar no final, no fatídico quarto bimestre...

É que comunicativa de nascença que sou, sempre preferi travar conversas no meio da sala a prestar atenção na aula que se seguia.

Na pré-escola frequentei um maternal próximo de casa, chamado Balão Mágico. Lá tive a honra de ser a "Rainha do Milho". Era o mais alto cargo da monarquia das festas de Juninas!!!

Depois dessa escolinha fui estudar no Colégio Tilim, cuja dona era madrinha do meu irmão. Na verdade ainda é, embora esse negócio de padrinhos seja uma coisa bem estranha. Os nossos pais escolhem para nos batizar pessoas que naquela época da vida tinham alguma importância. Eu por exemplo, acho que vi os meus padrinhos somente na igreja na hora do batismo.

Lá no Tilim era muito legal.... lembro de contar as horas para o intervalo e tenho lembranças também das festas juninas. Lá eu conheci aquela que seria minha grande e melhor amiga por muitos anos. Hoje, a referência de melhor amiga se perde um pouco na distância que nos separa e nas opções profissionais que fizemos. Mas certamente Priscila Escossia Pegado é essencialmente minha grande amiga, com quem mantive por muitos anos um alfabeto escrito exclusivo, comunicação por códigos, para que ninguém soubesse o que escrevíamos nas cartinhas uma para a outra. Segredinhos de menina.

Depois do Tilim fui estudar no Complexo Educacional Henrique Castriciano, anexo à Escola Doméstica de Natal. Era mais ou menos assim.... meninas de boa família criadas para casar e procriar estudavam na Doméstica - uma escola só para mulheres. Todas as outras estudavam no Henrique, colégio misto, moderno, imensoooooo. Foi no HC que comecei a entender o que era o amor. Porque mais de uma vez por ano entre a Quarta (1990) e a Oitava Série (1994) tive paixonites platônicas por muitos, muiiiiitos colegas de classe.

Algumas lembranças do Henrique são o Festival de Sorvete (que me levou ao hospital com uma infecção intestinal), os jogos internos, os jogos externos, quando íamos para o Marista ou Salesiano ver os jogos das nossas equipes, e claro, ver os meninos do Marista! ah!!!!!! Tinha ainda o Bosque do colégio, a equipe do Nado Sincronizado Juvenil "B". O coordenador Neto que corria o tempo inteiro atrás dos mais revoltadinhos. A Tia Lúcia, o diretor Alexandre. Até que era bom ser filha de professora.... tinha lá suas regalias. Foi o melhor colégio que estudei.

Pequena Infância

A infância foi uma delícia. Contava os dias para o fim das aulas em Dezembro porque as férias duravam em média uns 3 meses. As férias em Natal são mais conhecidas como "veraneio"! O tal veraneio era bom demais. Acordar cedinho, toda a primarada para a beira da praia. Aquela casa cheia de crianças, organizadas em grupinhos. O grupo dos pré-adolescentes. O grupo dos meninos que brincavam de comandos em ação. O grupo das meninas que brincavam de barbie - no qual, às vezes, eu ficava de fora, simplesmente por ter nascido em 81 e não em 79!!!

A praia da Redinha, a casa da Tia Carminha (ou alguma outra alugada), com o privilégio de estar ao lado das Dunas de Jenipabu, quintal de casa.

O pocinho da mini praia de Santa Rita, que me traz à memória uma lua cheia linda em época de namoricos disputados com as primas. A porção de batata frita no bar ao lado da casa. E o carrinho de sorvetes ... eu achava o máximo quando um dos tios falava para o sorveteiro descansar porque iríamos acabar com o sorvete ali mesmo. Melhor ainda que o sorvete eram as cocadas! Ahhhhh, aquelas cocadas!

São muitas outras lembranças, como encontros no Center Dunas, os grandes shows no Portal, quando o Netinho era da Banda Beijo e fazia o maior sucesso, Ivete Sangalo nem existia, mas Chiclete com Banana já era fenômeno.

E quando as nossas primeiras micaretas eram no bloco "Aids Nós", que apesar do nome fazia uma referência à preocupação com a nova doença que matava muito rápido e que já havia contaminado famosos e anônimos. Tinha até trio elétrico. Áureos Tempos da redinha que não voltam mais! Quem não lembra: "Com Aids Nós ai ai, com Aids Nós oooo, pulando com a camisinha, com todo cuidado, fazendo amorrrrr"!!!!! Eu tinha uns 11 anos e não fazia noção da referência nada poética para o nome do bloco.

E no meio do veraneio (já que ele durava uns 3 meses), geralmente emendava o carnaval. Folia da mais clássica!!!! Matinê no Portal! Fantasias costuradas pela Tia Lourdinha. Aquele bloco de gente suja da lama do mangue que sempre me assustava!!!! Papangusssssss!!!!

E quando voltávamos para Natal, também era hora da Volta às Aulas!

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

20/5/1981

Era maio de 1981 quando ao mundo cheguei. Quis Deus que eu nascesse de pais nordestinos, originários de uma linhagem proletária, na cidade de Natal, estado do Rio Grande do Norte. Era por volta de 13 horas. Fui batizada pela comunhão criativa entre o nome da obstetra Ana Marina e da Maternidade Santa Helena, ao menos é o que me contam. E graças ao bom Deus, dei sorte. Nesse dia, 20/05/1981, Ana Helena Gomes Assunção chegou por aqui: a "menina-flor" da minha mãe, a "nena" dos primos, a "anilina" na época do colégio, a "Nelena", entre outros.

Ana Helena até que é um nome interessante!

Quando digo que "dei sorte" é porque lembro a mania esquisita que o nordestino tem de criar nomes compostos que não combinam entre si. Eu sou filha do meio, nascida entre o Gustavo Cesar e a Daniela Cristina!!! Se essa pequena amostra soa estranha imagina só o vasto cardápio de nomes pitorescos que as famílias costumam escolher para os pequenos rebentos do nordeste do país.

Só podem copiar esses nomes de novelas mexicanas... e quando não o fazem, buscam inspiração na forte ligação religiosa, tão forte que chega a ser engraçado. Minha avó, por exemplo, teve vários filhos. Achou bonitinho que todos os homens fossem José. Tenho tios chamados José Augusto, José Diniz. E todas as tias fossems Marias, incluindo a minha mãe, a Maria Lúcia, irmã da Maria do Carmo, da Maria de Lourdes e como se não bastasse, veio um casal de gêmeos e pasmem.... batizou os bebês de José Maria (que Deus o tenha - era um tio espetacular) e Maria José. Sorte do predestinado caçula que nasceu Francisco de Assis.